Texto: Iara Bichara
Usada no sentido de designar uma virtude pessoal, a definição mais comum que encontramos para a palavra BONDADE está ligada à disposição permanente que uma pessoa manifesta em fazer o bem.
Temos o hábito de ligar essa atitude de bondade aos feitos humanísticos e nos esquecemos de encontrar a bondade em toda a criação.
A inexistência da dualidade nos mostra o quanto ainda temos a desenvolver, não apenas em relação à nossa vida, mas também com todas as individualizações que povoam nosso planeta e com a benevolência intrínseca em tudo o que há.
Um pássaro, um inseto, um minúsculo ser não questiona a necessidade de se comportar desta ou daquela forma, apenas segue o curso de sua existência, seguindo a sua missão de uma forma tranquila e equilibrada.
Na natureza, cada espécie sabe exatamente o que deve fazer para auxiliar suas crias a se tornarem independentes e plenas, assim como para conviver com os demais elementos do seu grupo e coexistir no meio ambiente em que se encontra.
Essa sabedoria instintiva lhes permite a ação certa na hora exata.
Quantas vezes agimos, com a melhor das intenções, pensando que estamos fazendo algo benéfico a alguém, mas nos damos conta de que apenas o atrapalhamos no curso da sua experiência.
A bondade e a sabedoria caminham de mãos dadas. Uma necessita da outra para que seus papeis sejam cumpridos adequadamente.
Mais do que atos e demonstrações, a bondade deve ser algo a ser cultivado em silêncio, no local mais sagrado que possuímos que é o nosso coração.
Lá, onde não deve entrar o julgamento, nem a mágoa, tampouco a piedade arrogante ou o auxílio ostensivo e humilhante, é que são desenvolvidos os verdadeiros valores de Bondade, permitindo que os seres que nos cercam possam ser acolhidos com respeito e amor.
Publicado originalmente em: http://unaversidade.org/movimento/bondade-e-sabedoria/